
Não te amo, quero-te: o amar vem d'alma
E eu n'alma - tenho a calma.
A calma - do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida - nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E quero-te, e não te amo, que é forçado.
De mau fetiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar! ... não te amo, não.
Almeida Garrett
(1799-1854)
5 comentários:
Que baralhada vai na cabeça desse homem??? :) enfim...eu acho que ele a ama :)
Mas é pa dar opiniões????então eu acho que ele a quer e a possui, amando-a, mesmo sem a querer amar...e quanto mais luta por um amor que não quer mais amor o invade por um ser que quer aquilo que não quer, querendo o que quer e o que não quer com a mesma vontade e ânsia!!
Confuso?nããããããããããã... =)
o gajo k beba menos...
Poetas...
so assim lindo!!! Almeida, aqui a outra Almeida compreende-t bem!
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