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sexta-feira, outubro 15, 2010

Manas


São 03:30.
Tenho saudades delas, das manas. E das nossas palhaçadas às tantas da manhã quando vivíamos juntas.
São tempos que já lá vão, que se repetem uma vez de 5 em 5 anos, e nem se sabe como. Ficam na memória e fazem-me rir sempre que me lembro desses momentos.
Estamos juntas sempre SEMPRE que podemos, e rimos e choramos e partilhamos.
Mas hoje a saudade remete toda para as noites, as madrugadas, em que nos sentíamos tão cansadas que ríamos das coisas mais parvas e mais estúpidas. Porque na verdade eram essencialmente estúpidas. E deliciosas!
Acredito que existam muitos irmãos que até se dêem bem, mas a relação que eu tenho com as minhas irmãs é algo que não encontrei em ninguém que tenha conhecido até hoje. Não apontam o dedo, não magoam sem que peçam desculpa, cuidam e protegem. Não passam a mão por cima dos meus cabelos quando estou errada, e não dizem que estou certa quando estou errada, mas respeitam o que sou, como sou, aceitam-me e aconselham-me. Sem que eu peça. Quando eu peço. Sempre.
Se estou bonita dizem-mo. Se estou zangada, tentam amenizar. Se quero estar sozinha, não deixam. Se preciso estar sozinha na verdade, deixam-me sem me deixar. Se estou feia dizem-mo sem mo dizer.Fazem festinhas e dão miminhos sem fim. As minhas irmãs são feitas de flores perfumadas, e são brilhantes no dia e na noite. Não são perfeitas mas são quase.
Quando estou na minha casa lembro-me delas e rio-me sozinha. Tudo o que lembro da minha infância (e é tão pouco) tem-nas em cada segundo.
As minhas irmãs são tão diferentes de mim, mas tão iguais. São igualinhas. No sentimento que nos une, no sangue, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, por todos os anos da nossa vida.

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